Que a visão de cima da bicicleta pirâmide é ampla,
panorâmica, ninguém duvida. A primeira coisa que se pensa, é que desperdício de
pneus e rodas que não tocam o chão, mas, prestando mais atenção, estes pneus,
que parecem ter só uma função decorativa, têm a função de evitar que o “garfo”
da bicicleta machuque pessoas, pelo menos os dois primeiros garfos. Caso
contrário, a bicicleta se tornaria uma máquina cheia de pontas, tanto atrás,
como na frente. Aparentemente, todos os pneus se tocam uns nos outros, o que
faz todas as rodas se movimentarem, um efeito bem diferente, parecido com engrenagens. O que todos devem estar se perguntando, inclusive eu, como este
senhor faz para subir e descer da bicicleta. Deve haver uma pequena plataforma
com uma escada, mas, para uma descida de emergência, tem de encostá-la em algum
lugar e descer. O maior risco é a corrente da bicicleta quebrar, será um tombo
na certa, qualquer pessoa que já andou de bicicleta já sentiu esse drama, a
corrente quebra ou escapa, os pedais são acionados com rapidez, mas a bicicleta
está apenas sob efeito da inércia, se já é ruim perto do chão, na altura que
ele se encontra torna-se um
pesadelo. Pode-se imaginar o que ele fez
de aventuras na juventude, andava de perna de pau, subia nas mais altas
árvores. Eu sei que tem um fator de inconsequência na bicicleta pirâmide,
principalmente, porque ele já não tem mais 20 anos de idade, um tombo nesta
altura pode ser mesmo fatal, independente da idade. Ele conseguiu manter três aspectos da sua juventude: o espírito de aventura, viver perigosamente, e
claro, um exibicionismo. Podemos torcer para que ele nunca caia da bicicleta,
também torcer para que ele tenha mais juízo. A bicicleta pirâmide ou bicicleta
beliche, por falar em beliche, nem
precisa lembrar que ele gostava de dormir na parte de cima. O gosto por altura
não vem da noite para o dia. Na verdade, há muito mais pessoas que têm fobia, medo de altura.
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