Não se pode negar que a traquinagem vem desde os primórdios.
Com o surgimento de novos meios de comunicação, novas tecnologias, a traquinagem
ganhou um termo em inglês (aportuguesado, erroneamente um hibridismo):
trollagem, a palavra com dois eles vem ganhando força. Caso voltássemos mais para
trás no tempo, antes do surgimento da fotografia em preto e branco, e antes da invenção da campainha, seria um
moleque batendo palmas e todos correndo. Nesta hora, ninguém vai ficar parado
ali, para dar explicações de qual o motivo da campainha ser sido tocada nem
para dedurar o amigo. Só há uma opção: correr. Verdade que é politicamente errado, mas por que eles
acham engraçado. Tem pelo menos dois que
não eram do grupo, mas resolveram não ficar ali para dar explicações. Um aparece rindo, como se fosse divertido fazer as pessoas
perderem tempo, há um outro que projeta uma sombra na rua e na guia da calçada.
A menininha está ali, ingênua, não entendendo nada, mas ela tem um álibi, não
tem altura para alcançar a campainha. Na verdade, teria outro álibi podiam achar que ela está ali perdida, mesmo que ela alcançasse a campainha, ninguém veria maldade ou trollagem nisso. Ela deve ter apontado a direção para onde
os traquinas correram. Desceu uma senhora ou senhor irritado, que tentou
entender o motivo de alguém fazer uma brincadeira dessas, talvez, exatamente a
mesma traquinagem que eles também fizeram algum dia. Talvez não houvesse
ninguém em casa, e eles nunca descobriram que a traquinagem ou trollagem
falhou. É uma foto artística ( a foto em preto e branco é mágica e atemporal)
de moleques fazendo arte, não no sentido artístico. Moleques fazendo molecagem. Muitos que estão vendo a
foto estão se identificando ou como o moleque que apertou a campainha, ou como
os que correram, ou como a pessoa que vai atender a porta só para descobrir que
caiu numa traquinagem. Alguns podem até
se identificar com os dois ou três ao mesmo tempo. Quem estiver vendo a foto do
post e achar engraçado é porque já fez a mesma traquinagem, quem ficar com raiva é
quem foi ver quem era e não tinha ninguém. Quem ficar na dúvida é porque já fez
as duas coisas, ou as três e está fazendo a contabilidade de quantas vezes apertou, correu sem ter apertado a campainha ou foi
ver quem era. De qualquer maneira, a traquinagem é politicamente incorreta. Muitas vezes, a pessoa que está na casa, por motivos de doença, fará um esforço
enorme para ir ver quem é. Essa traquinagem também é conhecida como: aperta a campainha e sai correndo.
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