A Sandália de Estimação

        Levar o #cachorro para passear é muito normal. O que é um pouco mais raro é alguém levar a #sandália de estimação para um passeio, com coleira e tudo. Como as sandálias e calçados existem em pares, a outra sandália de estimação ficou em casa, talvez, noutro dia, ele a leve para passear também. A sandália de estimação deve ter um nome, é do sexo masculino, não precisa olhar embaixo dela, basta saber a modelo. Ele deve levá-la ao veterinário, ou seria sapateiro, para tomar vacina antirrábica na sola. Quais são os motivos que levam alguém a “cachorrificar” uma sandália, é difícil determinar.  Creio que seja da alçada do Psiquiatra, Psicólogo e Psicanalista. Pode ser que ele quis fazer uma trollagem, acordou,  decidiu que transformaria uma sandália num animal de estimação, para, simplesmente, observar a reação dos outros passageiros do vagão. Se a pessoa faz isso, mas está bem vestida,  alguns a consideram excêntrica, se faz exatamente a mesma coisa, mas está mal vestida, seria tida como louca. Uma outra possibilidade seria que  ele está fazendo um protesto licencioso, para que os animais de estimação possam, acompanhados dos donos, em transporte público.  Por falar nisso, em São Paulo, os deficientes visuais ganharam na justiça o direito de ser acompanhados pelos cães-guia, quando utilizam o transporte público. Se você está achando essa foto post um pouco familiar, eu sei exatamente o porquê. O personagem, Louco, do falecido ator e humorista, Clayton Silva, entrava em cena com uma caixa de fósforos puxada por um barbante, dizendo o famoso bordão: “Tô De Olho No Sinhô”, quando perguntado sobre o "cachorrinho", pois sempre é bom não contrariar um louco, ele dizia: “Não é cachorrinho, é uma caixa de fósforo”. O personagem aparece, na Praça da Alegria de Manoel de Nóbrega, 1974, depois, na Praça é Nossa, de Carlos Alberto de Nóbrega, desde 1987. Clayton Silva faleceu em 15 de Janeiro de 2013. Certa vez, no bairro onde eu morava, apareceu um homem com um volante de carro, o volante era real, físico, ele o segurava, fingia estar dirigindo um carro, fingia trocar as marchas, estas sim eram imaginárias. Assim como ele apareceu, depois de uns dias, sumiu, com certeza, continuou a vagar sem rumo, até voltar para algum hospital psiquiátrico. Embora a molecada achasse divertido, pois, além de fingir dirigir, trocar a marcha, ele ainda fazia o barulho do motor com a boca. Por outro lado, era algo triste, pois é alguém que perdeu o contato com a realidade. Nos quadrinhos, existe o personagem: Louco, criado por Marcio Roberto Araujo de Sousa, já falecido, roteirista e músico (ele também criou o personagem Bugu), Marcio, foi a inspiração de Mauricio de Sousa para criar o personagem  Rolo.  O Louco dos quadrinhos, da Turma da Mônica, tem um nome: Licurgo Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira, cuja as inicias formam o adjetivo ou substantivo masculino: LOUCO. Segundo consta, visualmente, o Louco da Turma da Mônica, foi inspirado em  Sidney Salustre, desenhista dos estúdios. Às vezes, a linha que separa genialidade de loucura é muito tênue.

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