Basta contar a quantidades de zeros à direita dessa nota da República
do Zimbábue, país localizado na África Meridional, para perceber o que
acontece, quando o dragão da inflação acorda e cresce. Se a palavrão inflação
já é desagradável, fica muito mais ainda, quando ” turbinada” com o hiper.
Governos e ministros da fazenda fazem os
artes-finalistas (ou designers) colocarem
mais zeros à direita das cédulas, e os outros funcionários da casa da moeda
mantêm as impressoras rodando mais cédulas sem parar. Claro, essa solução
mágica, ou ciranda da desgraça, só resulta na hiperinflação. O Brasil já passou
por situação parecida, do dia para a noite, o dinheiro perdia metade do valor,
as pessoas recebiam o dinheiro do pagamento e corriam para os supermercados, se deixassem para fazer compras no outro dia, ou mais tarde, a hiperinflação já tinha detonado o valor do dinheiro, só o tempo de ir até o
banco depositar o dinheiro, significava que os preços dos produtos já estavam sendo
aumentados. As temíveis maquininhas de remarcar preços eram um pesadelo, funcionavam freneticamente, inclusive, madrugada adentro. Os consumidores perdiam o poder de compra.
Depois de muitos choques econômicos e traumáticos, que quase eletrocutaram a população
brasileira, o dragão da inflação começou a ser domado, no Brasil, a partir de
1994. Não só países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos foram vítimas da
hiperinflação, a Alemanha, recém-campeã mundial de futebol que, por sinal, merecidamente ganhou essa Copa, já foi vítima da hiperinflação. Na Alemanha
pós-primeira guerra mundial, onde a Alemanha foi derrotada e forçada a pagar os
reparos de guerra no humilhante Tratado de Versalhes. Hoje, os historiadores
reconhecem que Tratado de Versalhes culpou
somente a Alemanha, pela Primeira Guerra Mundial, obrigando a Alemanha a ceder partes de seus territórios, pagar títulos estratosféricos de indenização, reparos de guerra, permitir concessão de exploração em seu território, o carvão, por exemplo, entre outros termos. O Tratado de
Versalhes e os termos humilhantes e vexatórios foram os grandes responsável por fomentar a
Segunda Guerra Mundial, deixando um campo muito fértil para o aparecimentos de
um oportunista “salvador da pátria” que salvaria o povo da fome e restauraria o orgulho de uma nação humilhada, o resultado, todos conhecemos, desgraça e destruição. Além do tratado
de Versalhes, que impunha reparos de guerra humilhantes e astronômicos à
Alemanha, como se ela tivesse sido a única culpada pela Primeira Guerra
Mundial, anos depois, a Alemanha sentiu
o efeito da crise mundial desencadeada pelo crack da bolsa de valores, de Nova York, em
1929. Um pedaço de pão, na Alemanha, custava bilhões de marcos alemães. Era
mais barato queimar o dinheiro, literalmente na lareira, do que comprar lenha, para se aquecer no inverno. Hoje, a Alemanha é
o país mais rico da Europa e com o melhor futebol do mundo, pelo menos, nos
próximos 4 anos. O dragão simboliza perfeitamente a inflação, ele fica em
estado letárgico, hibernando, apenas esperando uma oportunidade para acordar e
fazer estragos. Ao contrário do dragão mitológico, o da inflação não destrói
nosso reino nem nosso humilde lar, mas o nosso poder de compra, nesse sentido,
não destrói fisicamente, mas destrói o
sonho da casa própria, da estabilidade financeira, por isso o governo fica
sempre de olho, baixando medidas e atirando dardos tranquilizantes, para assegurar que o dragão continue dormindo,
cada vez que o dragão ronca mais alto ou ameaça acordar, as pessoas sentem isso
no dia a dia, nos preços dos mercados, comércios, serviços, no custo de vida, em sentido
geral. O tamanho do dragão da inflação
não pode ser medido pela envergadura das asas, mas é medido, com precisão, pelos
números de zeros à direita da nota, e
pelos índices mensais da inflação, que resultam sempre no sofrimento da população. Os ricos corruptos dos governos sempre
encontram um jeito de especular e proteger as fortunas deles em paraísos
fiscais. Como bem traduzida pela nota da foto do post, são trilhões de
problemas para a população. Cada cédula, de cada país, traz informações,
características e a história do país. Zimbábue, significa “casa de pedra”, na língua Xona. Antigas estruturas de pedras,
construídas pelos africanos nativos, deram o nome ao país. Esse conjunto de
pedras que aparecem na nota, representam
a memória e a origem do nome do país.
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