Em termos simples, a Anamorfose é uma imagem deformada, “esticada”, achatada ou projetada numa superfície que,
quando vista a certa distância e ângulo, causa uma ilusão de ótica em 3
dimensões. Com certeza, você já viu muitos exemplos, além desses mostrados no
post. A técnica é muito usada nas intervenções urbanas, pelos artistas. Aqueles
precipícios e imagens fantásticas que as pessoas posam, pisando numa parte da
imagem e participando da ilusão 3d feita numa superfície 2d. Fora desse ponto,
onde o efeito acontece, tudo que o observador enxerga é uma imagem, muitas
vezes, sem sentido ou uma mancha confusa e abstrata, espalhada no chão. A
técnica é muito antiga e continua fascinante. Nos tetos das capelas, e nas
esculturas, a Anamorfose era usada com o objetivo de fazer as figuras
proporcionais para os observadores que a enxergariam de baixo para cima. A
distorção não era para ocultar uma imagem, mas sim “compensar” a falta de
proporção que observadores, lá embaixo, teriam da imagem, caso ela fosse pintada
sem a técnica da Anamorfose. O efeito, ou resultado final, é esplendoroso, causando,
inclusive, a sensação de que o teto da capela era maior, pela ilusão de
profundidade maior. A primeira imagem do post, segundo informações, é do Japão. O
objetivo dessa Anamorfose é fazer os motoristas reduzirem a velocidade, num
determinado trecho da estrada. A certa distância, o motorista do carro vê
aquela imagem, confusa e deformada no chão, transformar-se numa menina indo
pegar a bola que caiu na estrada. Nas duas fotos, a imagem é reconhecível, pois
uma delas foi tirada pouco antes do ponto que a imagem se forma, mais longe, ou
bem perto, tudo que o motorista viu foram manchas confusas no chão. Obviamente,
ele vai diminuir a velocidade. Depois que o efeito desaparecer, ele perceberá
que se trata de uma pintura 3d no chão. Seguindo em frente, com a velocidade
reduzida e consciente da mensagem. Realmente, é uma técnica de conscientização
muito criativa. Mas, dificilmente, obterá o mesmo resultado, quando a mesma
pessoa passar novamente pelo mesmo trecho da ilusão, afinal, ela já saberá da
ilusão. No Brasil, embora os atropelamentos tenham diminuído, pelo menos no
estado de São Paulo, ainda é preciso melhorar a educação no trânsito para se
alcançar os índices britânico e japonês. Por isso, a solução da Anamorfose
japonesa, ainda não é viável aqui. O que se mostrou, ao longo do tempo, muito eficaz foi:
penas mais duras para bêbados ao volante (a lei seca), multas salgadas, perca
de pontos na carteira de motorista (ou carta), radares. Para forçar o motorista
a reduzir a velocidade, em trechos próximos à escolas ou onde havia muitos
atropelamentos, contamos com o real e eficiente quebra-molas, também conhecido
como: tartaruga. A imagem da criança indo buscar uma bola, na rua, é dramática
e tensa, já incutida na memória por infelizes tragédias e filmes de suspense e terror. Instantes de lazer e
distração que culminam numa tragédia. Sobre as outras duas fotos, sem dúvida
alguma, quando se fala de Anamorfose, não se pode, jamais, deixar de citar o
pintor alemão: Hans Holbein, o Jovem (seu pai era o Hans Holbein, o Velho,
agora faz sentido). Sua façanha, em termos técnicos, é mostrada nas outras duas
imagens do post. A pintura é chamada: “Os Embaixadores”, há dois homens ricos,
cultos e viajados, existem objetos de aferição marítima na parte de cima,
objetos de interesse pessoal na parte de baixo do móvel, ambos trajam roupas caríssimas e ostenta riqueza. Mas tem algo estranho
no chão, uma mancha acinzentada, que na verdade, é a Anamorfose que esconde um
crânio. Diz-se que o artista quis transmitir que, apesar da riqueza e
ostentação, o destino de todos os homens era o mesmo: a morte. Ele teria
deixado a mensagem para lembrar da transitoriedade da vida, perante a morte
todos somos iguais. No dia de hoje, não posso deixar de citar outro expoente da arte, o pintor holandês, Rembrandt van Rijn, que
está sendo homenageado pelo Google. O Doodle
comemora o 407° aniversário do pintor, se estivesse vivo. Como resumir o mestre
do claro escuro, das luzes e sombras, dos semblantes emotivos dos retratos e autorretratos pintados por ele, entre outros
temas. Só para começar: um gênio!.
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