É o
verdadeiro pesadelo do Pac-Man, depois de ser perseguido pelos fantasmas, por
décadas, através do labirinto, agora ele está sendo seguido pelas redes
sociais, num famoso microblog, pelos mesmos fantasmas, com exceção de um, ou melhor, uma, a
fantasminha cor-de-iorosa, Pinky, que deverá, em breve, juntar-se a lista de
seguidores fantasmagóricos. Se não fosse a coragem de Toru Iwatani, um
desenvolvedor de games que, na época, tinha 26 anos, os fantasmas teriam uma
única cor, vermelha. Em 1980, quando o game estava para ser lançado, Masaya Nakamura, presidente da Namco, queria
todos os fantasmas vermelhos, ao que parece, ele acreditava que fantasmas
multicoloridos causariam confusão nos jogadores, que poderiam pensar que alguns
dos fantasmas estivessem infiltrados e poderiam estar do lado do Pac-Man,
talvez, ele acreditasse que uma única cor para os vilões poderia potencializar
a união fantasmagórica, durante a implacável perseguição ao Pac-Man. O jovem Toru Iwatani não concordava com isso,
não só ele, mas toda equipe de desenvolvedores e pessoas da mesma faixa etária
acreditavam que os fantasmas deveriam ser coloridos. Numa recente entrevista ao
The Financial Times, jornal britânico, Toru Iwatani relembra o dia no qual, com
medo, resolveu confrontar o chefe, além da coragem, ele contou com uma pesquisa
interna com os colegas, dados objetivos, na qual o placar foi de 40x0 em favor
dos fantasmas coloridos. Ao entregar o resultado da pesquisa, com as mãos
tremendo, ao muito assustador Sr. Nakamura, assim que patrão viu os fantasmas
vermelhos tomarem 40x0, de lambreta (a zero), ele concordou que os fantasmas
deveriam ser coloridos. Iwatani disse: “Os fantasmas precisavam ser bonitos
como os desenhos animados”. Esse banho de loja, ou melhor, de cores, de tinta, tinha como
objetivo chamar a atenção do público feminino, já que a maioria dos jogadores
dos jogos arcades era de meninos. A equipe de Iwatani criou diferentes designs
para o Pac-Man. Houve dúvidas sobre se os olhos ou nariz deveria ser a
característica do personagem principal. Nas palavras de Iwatani: "A discussão
não levou muito tempo. Poucos minutos. O personagem deveria ter foco na boca”.
Há também a história da inspiração vinda da pizza faltando um pedaço e das
sobremesas. Mesmo que o destaque tivesse sido nos olhos ou nariz, dificilmente,
no Brasil, o Pac-Man teria sido chamado por outro nome, a não ser come-come. A
molecada emprestava um cartucho que já tinha jogado até cansar, em troca de
outro cartucho da Atari. Graças a Toru Iwatani, à enquete dele e o confronto
com o chefe, os fantasmas são: laranja (Clyde); azul, ciano (Inky); cor-de-rosa
(Pinky), e não apenas “clones” vermelhos (Blinky), como queria o Sr. Nakamura. Os
nostálgicos personagens icônicos de 8-bits, dos anos 80, Pac-Man, e outras empresas
de games, estão prestes a estrear nos cinemas, na verdade, ao estilo do game,
Invasores do Espaço, invadirão a tela. “Falta muito?, Papai Smurf”. Não, muito.
O filme: Pixels, que tem estreia marcada para 23 de julho no Brasil, baseado no
curta-metragem de mesmo nome, de 2010, dirigido por Patrick Jean. Toru Iwatani
é homenageado no filme. Dos fliperamas para o console da Atari, dos anos 80
para a eternidade (nos emuladores de sites de jogos) do labirinto para a rede,
para o cinema. O retrô, icônico, pixelizado, oitentista, nostálgico: Pac-Man.
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