Esse pode ser definido como aquele momento constrangedor que
a pessoa tenta relembrar a infância, mas fica com o bumbum preso na cadeira.Melhor presa da cadeira, do que presa na cadeia. Para aquela geração que brincou de pião, bolinha de gude, soltou pipa, jogou
bola na rua, usando pedras ou chinelos
para fazer o popular: golzinho, não é tão perigoso relembrar a infância (desde
que fique atento aos carros que passam). O correto seria jogar futebol numa
quadra, antigamente, como ainda hoje, nem todo bairro conta com um
centro comunitário ou quadra poliesportiva, então, as crianças improvisam uma quadra na rua. Com o advento dos vídeo
games com gráficos incríveis, como o
jogo de futebol FIFA 2013, virtualmente
se joga futebol de campo dentro da sala, e sem quebrar nenhuma lâmpada ou vaso,
mas, sem fazer atividade física, sem perder calorias. Eu gosto de vídeo games,
se houve a geração Coca-Cola, houve a geração ATARI, mesmo com ATARI, que era
tecnologia de ponta, na época, eu não abria mão de praticar esportes. Mesmo havendo uma ótima quadra poliesportiva no
bairro, as partidas de futebol na rua eram de lei. São Paulo que é famosa belo
bairrismo, muitas vezes, eu era avisado, por um amigo da nossa rua, que haveria
um CONTRA, era simples assim: “Vai ter um contra, sábado na rua do fulano”.
CONTRA era a palavra que definia um jogo de futebol entre ruas diferentes, um
desafio da outra rua, mesmo havendo um campo de futebol perto, as regras, nem
sem quem as criou, eram claras, como diria Arnaldo C. Coelho, o jogo era
realizado na rua de quem convidou para o contra, o mais estranho era que na rua
de quem marcou, nesse caso específico, havia um campo de futebol em frente. Era
também uma questão territorial, de honra, revanchismo sadio entre ruas, bom,
tinham algumas desavenças, mas não lembro de nenhuma que tenha sido causada
pelo futebol de rua. Temos que defender a honra da nossa rua, isso era muito motivacional. Eu nem conhecia a
pessoa que dava nome a minha rua, só conheci sua filha que foi minha professora no
primário, os nomes das ruas são em geral homenagens à pessoas que já morreram. O
sabor da vitória na rua do time adversário tinha um gosto todo especial, os
perdedores sentavam na calçada tristes, na rua da amargura, enquanto pulávamos
e comemorávamos, não teria o mesmo sabor, se fosse realizado em campo neutro, ou
seja, num campo de futebol, eram ruas diferentes, no mesmo bairro, assim como
era muito amargo o fel de sentir a derrota na própria rua, então, nossa rua
virava a rua da amargura, enquanto os adversários comemoravam entusiasticamente, sentávamos na calçada, tristes, sedentos por uma
revanche, ou jogo de volta, num desejo de ganhar, que não tinha fim. Era só marcar um CONTRA para o próximo Sábado ou Domingo. Lembrei disso, outro dia, quando assistia ao
filme: Coração Valente, não tanto pela independência, muito menos pelo kilt
escocês, mais pela territorialidade, pelo desafio, pela batalha, honra, gosto
pela vitória, a equipe, o companheirismo, a causa em comum, defender algo. Tudo
isso foi transferido para o esporte, com exceção do sangue, que algumas vezes
acontece no boxe, e também noutros esportes de contato, até mesmo no futebol.
Sim é muito importante competir, mas melhor ainda é ganhar. A derrota serve
para aprender, redefinir estratégias, melhorar e evoluir. Hoje em dia, é comum os pais e
mães tentarem mostrar para aos filhos,
as chamadas brincadeiras extintas pela tecnologia dos vídeo games, existem até
oficinas culturais exibindo e ensinando tais brincadeiras. Mesmo não sendo pai, tenho certeza que os pais
fazem isso mais para relembrar a própria infância do que tentar ressuscitar
essas brincadeiras “mortas”. As brincadeiras antigas, o legado lúdico deixado
pelas gerações anteriores foi interrompido, isso deu-se aos poucos,
paulatinamente. As brincadeiras eram fantásticas, mas, mesmo que as crianças de
hoje queiram brincar, de fato, elas não querem mais brincar, pelo simples
motivo de não saberem como brincar, porque não há ninguém brincando, é um
círculo vicioso do esquecimento, alguns brinquedos nem existirem mais, ou são raros, porque
pararam de comprá-los, diminuiu a demanda, diminuiu a produção, essa parte é
simples entender economicamente, pião e fieira, por exemplo, são muito raros
hoje em dia. O mundo mudou, a tecnologia dos games, veio, desde o Atari,
sepultando as tais brincadeiras de rua, que teve o golpe final e fatal com a
internet, que assimilou os jogos. As crianças de hoje já assimilam essa tecnologia rapidamente, porque é encantadora e de infinitas possibilidades lúdicas. Eu estava vendo um aplicativo de um papagaio, da loja virtual da Apple, não tem como as brincadeiras de rua competirem com isso, você interage com o papagaio, tem também um cachorro e gato jornalistas que dão as notícias, repetindo o que você diz, seria uma luta injusta com o pião, bolinha de gude, amarelinha, etc. Se os piões, bolinhas de gude, e outras
brincadeiras de rua voltarem, voltarão de forma digital, dentro da internet ou
console de vídeo game, algumas já estão lá, de roupagem digital e internética, muita tecnologia e pouco asfalto ou terra. As ruas de
hoje também não são mais como as de antigamente, hoje há drogas, violência e insegurança. As mães trabalhando já não podem olhar os filhos, antigamente as mães sabiam onde os filhos andavam e com quem andavam. Ficar jogando vídeo game dentro de casa pode ser até uma salvação em alguns
lugares. Ver um jogo de bolinha de gude hoje em dia é quase impossível. O fato
é que relembrar essa infância ou participar com o filho no balanço do
playground pode ser extremamente constrangedor, ficando entalada na cadeira do balanço, voltando a foto do post, o
exemplo deixa claro isso, os brinquedos do playground,das praças são destinados às crianças usarem, geralmente, há uma placa definindo a idade, não são
destinados, resistentes ou calibrados para adultos usarem. Em alguns casos, a mãe ou pai pode ate sair
ileso da cadeira do balanço ou de um
escorregador, porém, não foi o caso da mulher da foto do post. Ficou presa, entalada na
cadeira do balanço, depois de tentar inutilmente sair, não há duvida que só chamou ajuda
especializada, quando viu que era impossível sair sozinha. Se a máxima diz que
o tombo passa, mas a vergonha fica, ficar com o bumbum preso na cadeira de
balanço, e passar pelo constrangimento público, é vergonha para gerações. Os
bombeiros ou o grupamento responsável por acontecimentos insólitos, que pelo
uniforme não são do Brasil, terão uma história de salvamento diferente para
contar. Para os adultos que querem relembrar os tempos áureos da infância, nos
brinquedos de playground, melhor fazer isso nos parques de diversão, com seus
tobogãs ou nos parques aquáticos descendo no toboágua. Pensando bem, o chapéu
mexicano, aquelas cadeiras com correntes que giram, alucinadamente, não passa de
um balanço de playground mais radical ou hardcore. Alguns acidentes foram
registrados nesse brinquedo, não só nesse, principalmente, em parques de
diversão que não deveriam nem estar em atividade. Mesmo em parques de diversão
renomados, alguns acidentes fatais já ocorreram. As pessoas sempre esperaram se
divertir, não morrer nesses lugares.
Mesmo com todo cuidado e manutenção, acidentes podem acontecer, quando
acontecem a determinada altura e velocidade podem ser fatais. Gravidade é
inércia não perdoam, são leis irrevogáveis, tanto para objetos inanimados, quanto para seres humanos animados que querem só se divertir. Há a fadiga do metal, fissuras que acabaram passando
despercebidas na manutenção, revisão, geralmente, é uma sucessão de falhas. O ser humano
é falível, tudo que ele criou ou vier a criar, não será uma máquina
perfeita. Helicópteros com revisão em
dia caem, aviões. Os ônibus espaciais: Challenger e Columbia sofreram acidentes
fatais, este se desintegrou na reentrada, aquele explodiu pouco tempo depois do
lançamento. Até supostas naves naves construídas por extraterrestres, dizem já terem caído, caíram, Caso Roswell, entre outros. Deveria constar algum tipo de aviso ou alerta, de que há um risco,
nem que seja ínfimo, inerente à utilização dos brinquedos em parques de
diversão. Sempre resta a esperança de ver os responsáveis pagarem, muitas vezes é negligência, falta de zelo e manutenção, então, eles tentam culpar a fatalidade.
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