Com a chegada do Natal e Ano Novo, os tradicionais
enfeites natalinos tomam conta das
cidades e casas. As novidades e a originalidade sempre se fazem presentes, sem
contar o presente de Natal. Nas lojas da
Rua 25 de Março, os Papais Noéis e Mamães Noéis, eletrônicos e articulados ou
estáticos, tomam conta das lojas. Sem
contar os ajudantes de Papai Noel (que não são os cachorros do Bart Simpson),
trenó, renas e o saco de presentes. Assim como qualquer senhor gordo de barba e
barriga, real ou postiça, pode se tornar o bom velhinho, desde de que use a
roupa vermelha e branca e o chapéu, qualquer árvore com luzinhas pisca-piscas
se transforma, imediatamente, em árvore de natal, independente de ser o
clássico pinheiro. Se você tiver uma
romãzeira em casa, o efeito é ainda mais impressionante, as próprias romãs já
parecem enfeites de Natal, com a colocação das luzinhas pisca-piscas LED, o
efeito é ainda mais interessante. Já faz alguns anos que eu enfeito uma
romãzeira, com romãs, aqui, onde eu moro, e o efeito é muito legal. É muito
normal as pessoas se fantasiarem de Papai Noel, para alegrar a molecada, e até os adultos. Papais Noéis de todas as
idades e pesos, com suas barbas fakes de algodão ou barbante, trazem o espírito
de Natal em todos os lugares e para todas as pessoas. Alguns, como esse homem
da foto post, não querem ser Papai Noel, mas sim a árvore de Natal, e, o
mais impressionante, conseguem. É bem
provável que o sobrenome dele não seja Pinheiro, mas ele conseguiu se transformar
no Homem Pinheiro ou Homem Árvore de Natal, com os enfeites e tudo. Com uma
bateria, poderia até ser enrolado com
luzinhas pisca-piscas LED e dar uma volta pelo bairro à noite, chamaria mais
atenção do que o Papai Noel. A diferença é que o Papai Noel dá presentes, o
Homem Árvore de Natal os recebe. Se alguém dissesse que foi visitado por uma Árvore de Natal, ao invés do Papai Noel, seria melhor acreditar. Ele pode usar
luzinhas LED, sem Zeppelin, mas o dirigível Zeppelin poderia ser enfeitado com
luzes LED. Realmente, é uma novidade alguém se fantasiar de árvore da natal, com
enfeites e tudo, mas não é a primeira
vez que a camuflagem é usada. Colocar galhos com folhas e plantas na farda é
uma ideia antiga, assim como a farda camuflada, sem contar os Snipers, que se
disfarçam de pura vegetação. Essa
fantasia de Árvore de Natal não é muito confortável em países tropicais, como o
Brasil, assim como a roupa de Papai Noel também não é, mas o espírito natalino
transcende a sensação térmica. As tentativas de se introduzir um Papai Noel
tropical de shorts e camiseta regata não têm feito grande sucesso. Somos
condicionados, desde crianças, a aceitarmos o Papai Noel tal como ele aparece nos filmes e desenhos. O Papai Noel é o único a poder usar roupas de
inverno em pleno verão causticante, sem ninguém achar isso estranho, talvez, alguns até achem, mas, como é só uma vez por ano, conseguem aceitar bem. As pessoas
parecem não estar preocupadas se ele está com calor, mas se irão gostar dos presentes, pela tradição, pelo
condicionamento, elas repelem um Papai Noel com vestimentas adequadas ao nosso
verão. A barba branca, roupa vermelha dom detalhes em branco, gorro e botas são a marca registrada. Apesar das tentativas, Papai Noel não é um romano em Roma. Em Roma, seja um romano, não se aplica a ele. O Bom Velhinho continuará a ser o Papai Noel, independente do clima do país que ele visita. Claro que existem
tentativas de adaptar a vestimenta, mas isso acaba sendo uma versão não autorizada, não aceita pela imagem tradicionalmente esperada. Aceitamos a barba de algodão, barbante ou qualquer outro material,
Papai Noel magro e com barriga postiça,
por uma convenção, mas Papai Noel de shorts e camiseta regata, não.
Assim como o Carnaval, o Natal não é uma unanimidade, alguns gostam, e outros
não. Alguns têm a depressão natalina, melancolia, angústia, nessa época, os
motivos são muitos e variados. Lembranças de natais passados, erros do passado,
acontecimentos tristes, entes queridos que já se foram. Alguns gostavam muito
do Natal, mas deixaram de gostar ao longo do tempo. Ao contrário do Carnaval,
não há muito como fugir do Natal, até nos lugares mais isolados ou no caminho
para se chegar até lá, há enfeites por toda parte e referências. O emblemático e recorrente
natalino: UM CONTO DE NATAL, de Charles
Dickens, com o rabugento Sr. Scrooge, faz uma análise, geral, desse perfil, e
da redenção de Scrooge, mas nem todos querem ser redimidos, pois entendem que
não há nada do que se redimir. Talvez, a “síndrome” de Scrooge deva ser respeitada,
não compreendida. Comemorar ou não o Natal, é um direito de cada um, em algumas religiões, o Natal não é celebrado. Pode ser que muitos pensem por que o espírito
de Natal não continua depois do Natal, não continua no ano novo que chegará. O Natal
poderia ser um “start”, um gatinho para desencadear algo de bom que
continuasse, mas acaba sendo um lapso de bondade, boa vontade, solidariedade
que se apaga com as luzinhas pisca-piscas.
Por que todo dia não é Natal?. Não com presentes e tudo mais, mas o
espírito de boa vontade e os valores que são lembrados, invocados. É a data em
que se comemora o nascimento de Jesus Cristo, embora o exato dia não possa ser
determinado com certeza. Há 100 anos, o espírito de Natal conseguiu que uma
trégua na Primeira Guerra Mundial acontecesse: A Trégua de Natal de 1914. Uma
história real e comovente, onde o espírito de Natal fez homens que estavam se
matando, trocaram presentes, chocolates e bebidas, em plena “Terra de Ninguém”,
o espaço que existia entre as duas trincheiras, houve, inclusive, uma lendária partida de futebol. Saber que isso realmente
aconteceu, mostra o poder do espírito natalino e, ao mesmo tempo, o
questionamento de o porquê ele não continuar.
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