A
população é sempre a última a saber. Os especialistas haviam alertado para a
iminente crise hídrica. Campanhas de conscientização para economizar água já
deveriam ter sido feitas bem antes, obras já deveriam estar prontas, ao invés
de se investir em estádios de futebol, deveriam ter sido feitas obras para a
captação de água da chuva, entre outras obras necessárias, prioritárias. A
conspiração hídrica para ocultar a falta d'água continuou na época da eleição: “não
faltará água em São Paulo”; “não haverá racionamento”, quando ele já estava
acontecendo. Além da falta de informação
para a população, são ditos
termos técnicos como: diminuição da pressão da água nos canos (racionamento
velado), quem mora em regiões elevadas da cidade sentiu e sente isso na pele e
na torneira de casa. Volume técnico, volume morto, isso parece água que
morto-vivo e zumbi tomam. Água é vida!, não volume morto. Que governo seria louco de assumir uma falta d'água,
um racionamento, em plena campanha eleitoral. Que marketeiro orientaria um candidato a assumir uma culpa na véspera de
uma eleição?. Não adianta tentar colocar a culpa na Mãe Natureza, em São Pedro,
nas forças ocultas, apesar da seca histórica, não há como os governos se
eximirem das responsabilidades deles. A crise hídrica virou uma Hidra de Lerna
(monstro da mitologia com sete ou mais cabeças) que habita o pântano do volume
morto da incompetência governamental. Lutando contra esse monstro, a população
tal como Héracles (Hércules, na mitologia Romana) precisa de força para
carregar os baldes de água de reúso da máquina de lavar roupas e os baldes da
água captada da chuva, quando chove. A população está usando a criatividade
para captar a água da chuva. Essa foto do post, não importa de onde ela seja, é uma sugestão. Parece que até as goteiras estão sendo vistas de outra maneira. Calhas, canos e baldes estão sendo usados engenhosamente
para captar água, além dos poços artesianos. Se antes da crise hídrica já era
um absurdo dar descarga na privada com água potável, agora isso está muito mais
evidente, assim como lavar calçadas, foi e é pura insanidade, uma cena hedionda.
Como é triste uma mulher na África que
disse, numa reportagem, que não sabia como era o gosto da água limpa, pois ela
tomou água suja a vida inteira. Como explicar que a água limpa não tem gosto ou
cheiro... O uso consciente da água deverá ser sempre lembrado e praticado, estará no inconsciente, impregnado na memória, até as torneiras lembrarão. Nunca mais a chuva será
vista como antes. Chuva virou: “Esperanchuva”. É bom lembrar que essa esperança
que cai das nuvens precisa ser devidamente armazenada, se essa água, captada da
chuva, não for devidamente coberta com uma tampa ou plástico, ela se tornará
criadouro para o mosquito da dengue. Ficar sem água, contrair dengue, depois, ser mal atendido no serviço público de
saúde, é tudo que o povo não precisa. No final do ano passado, 2014, até o Cascão,
personagem da Turma da Mônica, implorou por chuva: “Nunca pensei que diria
isto, disse Cascão, mas gostaria muito que chovesse, agora”. Raul Seixas perdeu o medo chuva, mas, se ele fosse vivo,
estaria com medo da chuva, com medo da chuva não vir... Que a chuva, pelo
menos, consiga ressuscitar o volume morto, o que já seria uma esperança. Nova York
e Califórnia são exemplos a seguir,
secas sucessivas e deserto não fizeram a população ficar sem água nesses
locais. Las Vegas, Estados Unidos, deserto de Nevada, é outro exemplo. A famosa
e ” inexistente” Área 51 fica no deserto de Nevada, onde é dito que há uma
conspiração para esconder OVNIS resgatados de acidentes, além de projetos ultrassecretos.
Não falta água em Las Vegas, pode apostar, nem na Área 51, mas, se há uma
conspiração sobre OVNIS, a população não tem como saber, mas tem suspeitas.
Aqui, ao contrário, uma conspiração para ocultar a falta de água não deu certo,
pois, nesse caso, a verdade, além de estar lá fora, como no seriado: Arquivo X,
está na falta de chuva, no céu, e na
incompetência do governo, em terra, a verdade da falta d'água está dentro de casa,
no quintal, nas torneiras secas, nos reservatórios minguando. Dizer que não ia faltar
água, quando já faltava, foi a gota d'água, da água que não tinha...
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