Mais um daqueles momentos estranhos, dessa vez, na escola.
Quando o professor precisa falar com um aluno a respeito de algum assunto
referente à aula, automaticamente, o aluno vira o centro das atenções dos
colegas de classe. Isso é quase como um monólogo, muitas vezes, sem fala, onde os colegas de classe são
a plateia. Pode ser um momento introspectivo silencioso. Ninguém sabe muito
como reagir, a não ser, com uma cara de paisagem. Ainda mais, quando essa
conversa é com algum aluno da turma do fundão. Não é verdade que todos da turma
do fundão é formada apenas por bagunceiros, talvez, só uns 99%. Quem não comparece ao primeiro dia de
aula, abre mão de escolher a carteira que quer ocupar, restando algumas no
fundo, mas muitos bagunceiros escolhem premeditadamente as fileiras do
fundo. Cada um tem um modo particular de
escolher as carteiras para ocupar, há os que gostem da fila do gargarejo que são carteiras da frente, há quem goste do meio e do famigerado fundão. Se o número de carteiras e cadeiras for maior do que o de alunos, estes podem até
mudar de lugar no decorrer do ano letivo. O ensino à distância, com provas
presenciais, vem crescendo a cada ano no
Brasil, é um meio de as pessoas aproveitarem o tempo livre, que anda a cada dia
menos livre, para estudar. O ensino à distância parece ser algo novo, surgido com a internet que reduziu as
distâncias e fronteiras do mundo a uma simples “teclada”, mas o ensino à
distância, por correspondência, existe desde 1941, e o Instituto Universal Brasileiro, ativo até hoje, é um exemplo a
ser citado. É bem provável que o ensino à distância possa ser utilizado na rede
pública de ensino, na verdade, os telecursos já existem há algum tempo, mas eu
me refiro a um ensino usando as videoconferências. Com webcans instaladas na sala de aula, o aluno
poderia assistir à aula em casa, enviar uma dúvida por videoconferência, fazer
as provas semestrais e bimestras presenciais. O sistema judiciário já usa a
videoconferência para depoimento de presidiários, com isso, economiza dinheiro
público que seria usado na escolta dos presos até os fóruns. Operações
cirúrgicas já são transmitidas, via videoconferências, médicos do outro lado do
mundo podem assistir e até opinar em procedimentos cirúrgicos dos colegas,
principalmente, em novos procedimentos. As empresas já descobriram que os
funcionários que trabalham em casa, no escritório em casa, também chamado de Home
Office rendem mais (desde que disciplinados e saibam separar casa do trabalho).
Essa tendência só vem crescendo impulsionada pela falta de mobilidade urbana e
a rapidez da internet. Alguém pode
pensar que a interação física, no mesmo espaço físico, será prejudicada ou fará
falta, sempre fará, é verdade, mas a convergência para a interação virtual já existe faz tempo, ela
será acomodada com muita facilidade nas modalidades ensino e trabalho. A
vantagem de não ter que conviver fisicamente com aquele colega de trabalho
chato e fofoqueiro, já é um grande ganho
de qualidade de vida no ambiente de trabalho. Não ver o rosto de certas
pessoas, não pegar trânsito, não ser assaltado no trânsito, já fará o dia de
muitas pessoas perfeito. Não adianta
relembrar de como era o mundo antes da internet, não restará tecla sobre tecla,
mesmo porque, o teclado virtual já
existe faz algum tempo, e a internet é uma xícara que não pode ser "desquebrada".
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