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Manifestações em São Paulo (foto: Marcelo Camargo/ABr) |
Nós, o povo brasileiro, declaramos, oficialmente aberta, a
nossa indignação!. As manifestações que varreram e varrem o Brasil de Norte a Sul,
capital e interior, centro e periferia, completam uma semana. Em plena Copa das
Confederações, o brado retumbante do povo está sendo ouvido, não nas margens
plácidas, mas nas ruas agitadas. Um poder está emanando do povo, legítimo,
apartidário, sem sindicatos, sem violência. Os focos de violência que estão
acontecendo são dos vândalos, arruaceiros, baderneiros, marginais que estão
infiltrados nas manifestações. Eles podem ser facilmente identificados, agindo
isolados e com os rostos cobertos. Eles
são uma minoria que não consegue ofuscar a legitimidade das manifestações democráticas
que estamos vendo já faz uma semana. Esse é um momento importante da história
do Brasil, desde a luta contra a ditadura, pela redemocratização, desde as
diretas já, desde o Fora Collor, não se via nada parecido. Esse é um daqueles
momentos da história, nos quais somos testemunhas oculares. Não foram os 0,20
centavos do reajuste das tarifas de ônibus que causaram essas
manifestações, os 0,20 centavos foram só
a gota-d'água, o catalisador dessa indignação que já vinha se acumulando. Falta
de segurança, pessoas honestas sendo queimadas vivas por bandidos, execução
sumária nas ruas, corrupção desenfreada. Falta de investimento sem saúde, educação. O
povo brasileiro ama a Seleção Brasileira, não resta dúvida, mas o que o povo
percebeu, e o gigante adormecido que ele representa acordou, foi que a mesma
eficiência, rapidez e investimentos milionários em estádios de futebol, ou
melhor, nas arenas, não foram os mesmos da segurança, saúde, educação. Se o preço exorbitante do tomate virou memes e
piadas na internet, o reajuste da tarifas de ônibus não teve graça alguma. As
pessoas podem deixar de comer tomate, mas, precisam ir trabalhar de ônibus ou
ficam sem comer, além do tomate, arroz
feijão e mistura. O recado aos
governantes está sendo dado: pão e circo não iludem mais o povo nem aumento
abusivo nas bigas (transporte público) é mais tolerado. Eu tenho acompanho as
manifestações pela internet e noticiários, governantes e políticos estão
coçando o queixo tentando entender os protestos. Reuniões estão acontecendo e
outras acontecerão, tendo as manifestações como pauta predominante. Aumento das
tarifas, violência, corrupção, falta de investimento na saúde, educação, essas questões e recados de
indignação eles já captaram. O que eles realmente não entenderam foi como essas
manifestações eclodiram em plena Copa das Confederações, quando as pessoas
deveriam estar respirando o clima da competição, e não gás lacrimogêneo em
manifestações. O que os governantes estão vendo como uma ficção científica
surreal, em plena Copa das Confederações, povo na rua protestando, e não numa
letargia futebolística de torcedor fanático é o que os está mais intrigando. Eu
apoio as manifestações, desde que sejam pacíficas, sem violência. Espero que
essas manifestações melhorem o Brasil. Eu torço pela Seleção Brasileira de
Futebol, assisto aos jogos, joguei Futebol de Campo, Futsal, não
profissionalmente, claro, jogava futebol na rua asfaltada, em frente da minha
casa. O povo apoia e sempre apoiará a Seleção, o povo não apoia o gasto com a Copa, aliás,
por que a FIFA não banca integralmente os gastos com as arenas e Copa nos
países emergentes como o nosso? Depois que a Copa do Mundo terminou no
continente africano, ninguém fala mais sobre a África, os problemas por lá
continuam sem solução. Países pobres e emergentes não se poderiam dar a um luxo
desses, a FIFA deveria bancar integralmente todos os gastos, inclusive de infraestrutura
para os eventos nesses países pobres e emergentes. O povo apoia a Seleção
Brasileira de Futebol, não a situação. Para não dizer que não falei das
músicas: Nas ruas, nos campos, nas redes sociais, o povo não espera mais, ele
faz acontecer. Já caminharam contra o aumento abusivo nas tarifas de ônibus,
sem violência, sem partido, sem sindicato, ao Sol de quase Julho, eles foram. Eu
sei que essa postagem foge totalmente do nicho do meu blogue, que é o humor. De vez em quando trato sobre assuntos sérios,
esse momento é seriíssimo. Cada um deve
contribuir do jeito que puder e pacificamente.
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