Esse é um daqueles momentos chatos, todos estão
comentando as questões da prova, fora da classe, então se percebe que a resposta da maioria
não igual a sua, ou seja, a chance de você estar certo, e todos terem errado, é
mínima. Eu errei essa, acontece... Vem aquela chateação. Algumas vezes, vem
aquela dúvida, a pessoa vai pensativa para casa, chegando em casa, abre o caderno ou livro para confirmar a
resposta. Durante a vida de estudante,
nas provas, nos vemos de tudo. Desde
colegas de classe entregando a prova em branco, pois não tinham estudado nada, até aqueles
que fazem a prova rapidamente e vão embora, sem contar os que são pegos colando e tiram zero na hora. Tem os que gostam de ficar até o
último segundo, revisando as respostas, valorizando o tempo da prova.
Em geral, o estudante tem um feeling para sentir se foi bem ou mal na
prova. Eu me lembro de um professor de Matemática, um ótimo professor por
sinal, que frustrou toda expectativa de comentários pós-prova e também jogou um
balde de água fria em quem esperava
colar. Ele conseguiu personalizar cada questão da prova, de um jeito muito
simples, nas questões você tinha que colocar o número de chamada para
substituir o número da questão, desse modo, os resultados eram 40 respostas diferentes, de acordo com cada
número de chamada de cada aluno. Era um enunciado assim: Dado o número... (seu
número de chamada) encontre... É verdade
que deu muito trabalho para o professor calcular as 40 respostas diferentes,
mas, para ele, deve ter valido a pena.
Quando terminou a prova, foi muito estranho, poucos deviam ter a certeza absoluta de que tinham acertado o
resultado ou resolvido a equação personalizada.
Antes da prova começar, tivemos
uma notícia boa, e uma ruim, a boa foi que a prova ia ser com consulta, a ruim é
que a prova seria muito particular, com um resultado único para cada aluno, de
acordo com o número de chamada. Os
alunos não podiam se ajudar, inclusive, o professor saiu da sala, cada um teve que
se virar com seus problemas, que eram bem particulares, individuais. Não houve
mais provas personalizadas, claro, ninguém insistiu para que elas voltassem a
acontecer. Essa repercussão pós-prova
continuou normalmente, assim como
o receio das provas personalizadas com nosso número de chamada. Ao mesmo tempo em que funcionou perfeitamente, como elemento surpresa, também ficou previsível, cada um sabia que os dados da
questão poderiam envolver o número de chamada, logo se podia simular questões
com o número da chamada, ainda pior, como as provas eram aplicadas para outras
classes, cada prova corrigida se transformaria num gabarito para o aluno com o
mesmo número de chamada da outra classe. Não sei como ele não pensou em fazer outras provas, colocando a data do aniversário no lugar ou o número da casa de cada aluno. A prova foi aplicada com sucesso para as classes colegiais, que eram três, hoje, com os celulares, essa surpresa só aconteceria na primeira classe que a prova fosse feita. Essa discussão das questões da prova,
fora da classe, será recorrente na vida estudantil, assim como a lamentação interior
secreta de saber que se errou um questão, pelos comentários dos colegas de
classe. As provas surpresas continuarão surpreendendo, as com consulta podem
ser tão difíceis que seria melhor a prova sem consulta. No dia da prova, quando
a professora adia a prova para a próxima semana, e sobra mais tempo para
estudar, sempre será uma boa notícia. A expectativa só termina, geralmente, na
segunda-feira, quando a professora traz a
prova corrigida, é a hora da verdade, descobrir se o feeling, aquele sentimento
se fomos bem ou mal na prova, está em sintonia fina. O bom era quando a nota
superava a expectativa que tínhamos.
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